Tapirapé - tribo tupi no Brasil Central

mostra que mesmo os kamayurá e auetö estão consideravelmente acima da estatura média dos tapirapé. Tomando em consideração as escalas de variação (mínima e máxima), as diferenças se tornam mais pronunciadas ainda.

Os tapirapé são, como se vê, nitidamente braquicéfalos, com um índice médio praticamente idêntico nos dois sexos. Entre os homens há apenas quatro mesocéfalos, contra 11 braquicéfalos e dois hiperbraquicéfalos. A distribuição dos índices femininos é muito semelhante. O quadro comparativo revela que os tapirapé são decididamente os mais braquicéfalos de todos os grupos incluídos. Somente os borôro alcançam um índice semelhante. Os nahuquá encontram-se no limite inferior da braquicefalia, mas os demais são mesocéfalos, com exceção dos carajá que constituem um dos poucos exemplos de dolicocefalia, muito rara entre os índios contemporâneos do Brasil. A razão da braquicefalia tapirapé reside principalmente num comprimento cefálico muito mais reduzido do que o das outras tribos. Em confronto com a distância entre glabela e opistocrânio, as medidas de largura cefálica acusam diferenças bem menos acentuadas.

O índice facial médio de homens e mulheres tapirapé é mesoprósopo. Contudo, há uma dispersão de valores relativamente pronunciada. Quatro homens e três mulheres são euriprósopos, quatro homens e sete mulheres são leptoprósopos. O número relativamente elevado de mulheres leptoprósopas naturalmente se exprime numa média mais alta, próxima do limite inferior da leptoprosopia. Os índices faciais mais chegados ao dos tapirapé encontramos entre os kamayurá e auetö. Também os bacairi são mesoprósopos, enquanto que os nahuquá e borôro são euriprósopos e os carajá acentuadamente leptoprósopos. Comparando-se altura e largura faciais, isoladamente, nota-se que os carajá e borôro se diferenciam bastante dos demais grupos, como também entre si.

A escala de variação do índice nasal dos homens tapirapé excede a de qualquer outro grupo de quadro comparativo. Entre as mulheres tapirapé a variabilidade desse índice é muito mais reduzida. Além disso, a distribuição dos valores individuais acusa diferenças intersexuais bastante significativas. Oito homens são leptorrinos, seis mesorrinos e um acentuadamente platirrino. Das 16 mulheres, só cinco são leptorrinas, dez mesorrinas e uma platirrina. Segundo assim, as mulheres têm em média um nariz mais largo do que os homens. A média masculina aproxima-se do limite inferior da leptorrinia, enquanto as mulheres são francamente mesorrinas.

Não há dúvida de que os índices nasais dos kamayurá e auetö estão mais próximos do dos tapirapé do que o índice médio de qualquer outro grupo comparativo. Também os bacairi são mesorrinos, porém com uma acentuada tendência para a platirrinia. Os demais grupos são nitidamente platirrinos. É preciso levar em conta, no entanto, que algumas das séries são demasiadamente reduzidas para que lhes possa ser atribuído qualquer valor representativo.

Tapirapé - tribo tupi no Brasil Central - Página 471 - Thumb Visualização
Formato
Texto