Mantiqueira. Em Guaratinguetá apareceram culturas de fumo de qualidade menos apreciável que o do porto de S. Sebastião, serra abaixo, contudo, servia para escambo de cativos da região genericamente conhecida por Guiné ou Costa de Escravos(14). Nota do Autor A vila apresentava ar de prosperidade, pois dispunha de algumas edificações com janelas envidraçadas "a representar no interior do Brasil abastança senão luxo", circunstância que mais tarde os expedicionários verificariam ser rara até na cidade de S. Paulo. A maior civilização do sítio provinha do fato de ser confluência das três capitanias, que assegurava benéfico movimento local. Por ali transitavam as tropas carregadas de produtos nacionais e estrangeiros em direção a Minas, S. Paulo e Rio. Nos da primeira capitania figuravam chapéus de feltro e panos do algodão, origem da alcunha de "baetas" aplicada aos montanheses que a tinham por insuportavelmente afrontosa.
Nas ruas notavam-se casas melhores que as dos povoados precedentes, com telhado achinesado, segundo nos mostra Ender, as janelas e portas encimadas por moldura de sabor barroco, visivelmente inspirado por modelo carioca. O intenso intercâmbio das cidades do vale do Paraíba com a capital do país, acarretou por largo tempo, de D. Maria I até à guerra de 1914, maior influxo do Rio do que de S. Paulo nos hábitos e costumes das populações. Também, aí, se desvelou o capitão-mor, como o de Areias, em agasalhar os austro-alemães, havendo-se com tal generosidade que os homenageados lhe atribuíram causas absurdas. Julgaram-na inspirada por suposta revivescência de hospedagem oriental, segundo eles, ainda subsistente no arcano da alma portuguesa e na dos seus descendentes. No caso, seguiam os turistas a regra de generalizações apressadas, por mais prevenidos e ilustres sejam. Ante telhados extremo-orientais, rótulas árabes e desinteressada hospedagem, concluía