logicamente Martius que estava sendo recebido por neto de Syriab ou de Harum al Raschid!(15). Nota do Autor
Logo ao pé de Guará chegaram ao arraial de Aparecida, num outeiro dominado pela importante igreja do mesmo nome, parcialmente construída de pedra no último quartel do século 18. A fama da milagrosa imagem exposta no altar-mor, atraía de longe romeiros, principalmente de Minas, a viajar, segundo velhíssimo hábito, o marido trepado no burro e a mulher na garupa, segurando os trastes do casal. Homens e mulheres usavam chapéus de feltro cor cinza, de largas abas, presas à copa por cordéis, de que Ender desenhou curiosos aspectos. Desenhou também o traje de paulistas e sulistas em geral, encontrados pelo caminho, protegidos das intempéries pelo indefectível poncho azul, comprido e amplo, com abertura por onde enfiavam a cabeça. O traje era tão comum na capitania que foi chamado paulista por excelência, até cair em desuso em S. Paulo com o desaparecimento das tropas, passando então a ser considerado sul-rio-grandense.
A utilidade do manto se desdobrava, além de proteger o dono da chuva e do frio, igualmente em cobrir o arreio durante a viagem. Quando estavam a pé, atiravam os paulistas as abas sobre os ombros para ter livres os movimentos dos braços, conforme o flagrante do austríaco, que dá perfeitamente ideia da maneira como procediam. O casaco e as calças eram de algodão escuro, botas folgadas de couro cru, de preferência de macio couro de veado, tingidas de preto, seguras abaixo do joelho por correia e fivela. À guisa de arma defensiva e ofensiva, traziam na cinta ou no cano da bota comprida faca de cabo prateado, que também servia à mesa e para outros misteres. As mulheres vestiam trajes longos e escuros, em que predominava a utilidade