de Andrada. Dez dias depois vinha a notícia do fim da aventura revolucionária pernambucana, sufocada pelas tropas da Bahia, antes mesmo da chegada das forças enviadas do Rio de Janeiro, "restituida a cidade do Recife ao soave Governo de S. M.". Sanados os contratempos políticos, "que tão extraordinária, como inesperadamente difficultarão até agora a sahida das duas naus", chegaram por fim a "D. João" e a "D. Sebastião" a Liorne em condições de receber os ilustres passageiros.
Na primeira embarcou a Arquiduquesa acompanhada de suas Damas de Honor, camareiras e açafatas. A respeito escrevia Metternich, "que sa Cour était dans la persuasion que Son Altèsse seroit accompanhée par sa propre Cour, jusqu'au Brésil, au lieu de ne l'être que jusqu'à Livourne Cette opinion, fondée probablement sur ce qu'il a eu lieu lors du mariage du Roi Jean V avec la Reine Marie Anne d'Autriche em 1708", justificava resoluções que não mais retardassem a partida. Neste ponto modificava-se o contrato matrimonial passado em Viena, pois, em vez de acompanharem a Arquiduquesa damas portuguesas, seguiram as Condessas de Kuenburg, Sarenthein e de Lodron, versão tradicional desconhecida a Olivera Lima e mais autores que o seguiram e deram notícia diversa da ocorrida, pormenor considerado na época importantíssimo. Na circunstância, manifestava D. Leopoldina ansiedade em se unir naquela quadra agitada aos sogros, a fim de juntos afrontarem escarcéus políticos. Era o espírito monárquico de Maria Teresa no melhor sentido da palavra, que revivia na futura Imperatriz do Brasil e iria reaparecer em D. Pedro II, composto de crença na missão de origem divina e desprendimento de si mesmo a serviço da coroa e do Estado.
Na outra nau "D. Sebastião", mais estável, apesar de provida de menos acomodações, embarcou o Embaixador Especial Conde de Elz com a sua comitiva. Levava também a incumbência de persuadir D. João da necessidade urgente de volver a Lisboa. Desagradava aos corifeus da Santa Aliança ver abandonado um trono de Príncipe peninsular