Thomas Ender, pintor austríaco na corte de D.João VI no Rio de Janeiro: um episódio da formação da classe dirigente brasileira,

O INÍCIO DA GRANDE JORNADA

O projeto de Martius era deveras grandioso para a época, desmedido pelas dificuldades representadas por marcha através de ínvios sertões do Capricórnio ao Equador. Alguns amigos dos expedicionários tentaram dissuadi-los da empresa; no entanto, mostravam-se uníssonos, austríacos e alemães, em levar avante os planos que os tinham trazido ao Brasil, receosos, para mais, de que ameaçadora falta de recursos piorasse as condições do futuro. Parecia-lhes preferível aproveitar os meios de que dispunham antes sobreviessem novas complicações, como denunciavam os avisos partidos da Embaixada, com ordens para abreviar a viagem e outros indícios inquietantes. Tampouco, lhes escapara a situação da dita representação diplomática no Rio, tão só preocupada com economias(9), Nota do Autor a fugir de gastos, pesadamente endividada para com o governo português.

A intenção de Martius era ir a S. Paulo e Minas, depois atravessar o S. Francisco, subir a Goiás e dali descer pelo Tocantins até o Pará. Segundo ajuizaria pelo início da viagem, talvez tivesse de modificar o trajeto, com possível desvio à capital da Bahia, para aliviar a expedição do material recolhido, e, após sua remessa para a Alemanha, provavelmente seria mais cômodo embarcar num navio com

Thomas Ender, pintor austríaco na corte de D.João VI no Rio de Janeiro: um episódio da formação da classe dirigente brasileira,  - Página 93 - Thumb Visualização
Formato
Texto