Fronteiras e fronteiros

Assembleias; onde os sociólogos aferem as resistências dos aglomerados humanos e os filósofos procuram compreender as diversidades do pensamento gerado em ambientes nevrálgicos.

Desentendem-se as Chancelarias e o dissídio repercute na fronteira. O tratado chegou a bom termo. Os negociadores felicitam-se com efusão. É o sinal para o começo da luta entre os demarcadores. Luta com a natureza; luta com os demarcadores da banda oposta; luta consigo mesmo, sopitando anseios, estrangulando estos, domando impulsos.

Alteram-se os fatores econômicos de um país e a mudança vai ter célere à fronteira, interrompendo-se ou acelerando-se transações de um intercâmbio que pode ser defeso em face da lei mas que não é possível estancar porque é resultante da própria necessidade.

A fronteira é assim, em toda a parte, na Europa disciplinadíssima, na América em preparo de uma civilização, nas largas extensões da Ásia e da África, na Oceania ainda imprecisada. É natural como a própria natureza. Nasceu e há de morrer com o homem, não obstante todas as utopias humanistas, embalde todos os sonhos de entendimento universal.

A primeira divisa foi riscada no terreno pelo primeiro ser que compreendeu sua posição em face do semelhante mais próximo. Daí em diante nunca mais estancou o seu aperfeiçoamento. Da propriedade individual passou à soberania coletiva, isto é, da casa à cidade, da cidade à província e desta ao país. Tudo tem limites, raias, lindes, cercas, muros ou designação outra que vise as características das posses materiais de alguém, homem ou entidade social.

Fronteiro! Homem de prol, aquele a quem o destino confiou arremetida ou resguardo, luta ou espera de luta, e esqueceu marcar época para descanso. Ele nasce olhando o provável contendor e morre sem haver

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