Fronteiras e fronteiros

do Presidente Glover Cleveland, dos Estados Unidos, datado de 5 de fevereiro de 1895.

Em seguida é o Paraguai com quem há 1.339,057 km de fronteira, desde o rio Iguaçu até a Bahia Negra. Nunca houve, a bem dizer, questões de limites entre os dois Estados. Discutiram-se pretenções, examinaram-se reclamações, sugeriram-se modificações, mas sempre no puro regime do debate elevado. Vencedor na guerra de 1865/1870, poderia o Brasil ter imposto a fronteira que melhor lhe conviesse. Não o fez, porém. Continuou, finda a luta armada, a discussão em nível de igualdade com o vencido. O Tratado de 9 de janeiro de 1872 é prova eloquente disso: "da foz do Iguaçu, pelo álveo do Paraná até o salto grande das Sete Quedas; daí pela serra de Maracaju até o seu fim, proseguindo em linha reta até a serra de Amambaí; por essa mesma serra até às nascentes do rio Apa, baixando por ele até sua foz no Paraguai". Esse tratado e o que lhe deu complemento, datado de 21 de maio de 1927, constituem o termo médio das pretenções dos dois países, segundo Fonseca Hermes.

À fronteira com o Paraguai segue-se aquela com a Bolívia, estirando-se por 3.125,951 km, da Bahia Negra à foz do Iaverija, no rio Acre. Depois da fronteira com o Uruguai foi a com a Bolívia a de mais difícil combinação, dando ensanchas para graves questões. O rol dessas questões começa logo depois da Independência para só findar nos dias que correm. Primeiro é a invasão da província boliviana de Chiquitos, em 1824, por forças brasileiras mandadas pelo comandante das armas de Mato Grosso; mais tarde, em 1833, é a criação da Província de Otuquis, com limites dentro do território de Mato Grosso, escondendo o fim de obter a Bolívia um porto de saída pelo rio Paraguai; mais tarde, afinal, o Acre, onde brasileiros, sob a direção de Plácido de Castro, levam a guerra até ao interior daquele país, pouco faltando para aprisionarem o próprio Presidente da República,

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