Fronteiras e fronteiros

na fronteira do Brasil. A questão suscitada em 1835, sob o pretexto de proteção aos selvagens que viviam nos campos do Pirara e nas margens do lago Amacú, criou uma área contestada de 32.200 quilômetros quadrados, que o laudo arbitrai do rei da Itália, dado em 6 de junho de 1904, dividiu em duas partes, sentença que não foi do tipo da do rei Salomão porque atribuiu à Grã-Bretanha 19.630 km e ao Brasil 13.570, quando o território litigioso era da soberania brasileira, como antes fora de Portugal.

Outro trecho que nenhum trabalho deu ao Brasil foi o com a colônia neerlandesa na América do Sul (Guiana Holandesa ou Suriname), já por ser a de menor extensão (593.040 km), já por ser a zona menos habitada da fronteira geral, já por haver uma divisão natural na serra Tumucumaque. O marco inicial implantado na trijunção das divisas Brasil-Inglaterra-Suriname está na posição de 1° 56' 58",2 latitude norte e 55° 28' 24",5 longitude oeste de Greenwich, na altura de 463 m sobre o nível do mar ; o marco último, na trijunção das divisas Brasil-Suriname-França foi chumbado a 2° 20' 15",2 de latitude norte e 54° 36' 04",4 longitude oeste de Greenwich, a 393 m de altitude.

Por fim é a fronteira com a Guiana Francesa que vai da serra Tumucumaque à foz do rio Oiapoque no Oceano Atlântico, havendo entre esses dois pontos 655,000 km. Foi outra fonte de lutas esse trecho divisório. Entendeu a França que o rio que no Tratado de Utrecht, de 1713, figura com o nome de Japoc ou Vicente Pinzon, era o Araguari e não o Oiapoque. Para melhor inteligência copia-se as posições astronômicas dos dois cursos d'água ao se porem no mar: Oiapoque 4° 20' 46",03; Araguari 1° 14' 34",01. A diferença seria incorporada à Guiana. No curso da contenda, iniciada quando no Pará campeava a "cabanagem" e noutros pontos do país também se combatia por ideologias políticas (1835), ante os protestos do

Fronteiras e fronteiros - Página 20 - Thumb Visualização
Formato
Texto