Fronteiras e fronteiros

Brasil, surgiram novos rios que não o Araguari, como sendo o Japoc: Conani a 2° 49' 08", Calsoene a 2° 32' 41",8, Amapá grande ou D'Or a 2° 9' 58",4, Maiacaré a 2° 23' 16",8, Caciporé ou Cachipour a 3° 52' 45",05, e até o Amazonas... Submetido o deslinde a arbitramento do Presidente da Confederação Helvética, cujo nome é necessário não deixar cair no esquecimento — Hauser -, decidiu em favor do Brasil pelo laudo de 1° de dezembro de 1900. Essa a célebre questão do Amapá, conhecida também como República de Cunani, que com a do Pirara, de Palmas e Acre, sem referir as do extremo sul, foram as mais graves que teve o Brasil a sustentar na obra gigantesca de construir as suas fronteiras políticas.

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Não seria facil, a ninguém, alinhar todos os nomes de fronteiros que se assinalaram na "construção da moldura onde se enquadra o Brasil", já de estadistas, já como diplomatas, como exploradores ou demarcadores, guerreiros quando se fez preciso recorrer à força das armas ou elementos constitutivos da barreira que no percurso dos 16.413,549 km, que tantos vão da foz do arroio Chuí à foz do rio Oiapoque, têm resistido às investidas de fora, quer materiais, quer espirituais.

Na Colônia é Alexandre de Gusmão o paradigma dessa plêiade. Ele é o primeiro a compreender a realidade que se criou na América Meridional. Não só, porém, a compreendeu como fê-la compreendida. O Tratado de Madri, de 1750, contém-lhe o espírito embora não lhe traga a assinatura.

No curso do Império, desde a fundação até quase ao ocaso, há Duarte da Ponte Ribeiro. Não é estadista e talvez nem diplomata, embora houvesse percorrido todos os postos da carreira, de Cônsul-Geral a Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário. Houvera sido Embaixador

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