Fronteiras e fronteiros

sentença, só para citar estrangeiros, foi acerbamente qualificada por Fauchille, Politis e Huijer. De qualquer forma, porém, foram homens que desvaneceriam a nação mais culta em possuí-los. Souberam ser fronteiros na hora precisa.

Há Joaquim Caetano da Silva, autor da obra que Rio Branco incorporou às suas Memórias ao Presidente da Suíça: L'Amazone et L'Oyapoc; Araujo Ribeiro, Visconde de Rio Grande, entestando galhardamente com os estadistas do Quai d'Orsay na questão do Amapá e com os de St. James na questão do Pirara; Marques Lisboa, em Londres, conseguindo junto de Palmerston a neutralização da zona do Pirara, isto é, obtendo que fosse a mesma evacuada até o remate do dissídio possessório; Souza Corrêa contratando o arbitramento com a Grã-Bretanha, que seria assinado por Nabuco, em Londres, a 6 de novembro de 1901.

Há Carneiro Leão, futuro Marquês de Paraná, e Limpo de Abreu, futuro Visconde de Abaeté, Francisco Otaviano e Cotegipe, também grandes fronteiros que se podem emparelhar aos mais.

Depois dos trabalhos dos diplomatas e dos estadistas vêm os dos demarcadores numa sequência impressionante de valores reais: Soares d'Andrea, Carneiro de Campos, Bellegarde, Costa Azevedo, von Hoonholtz, Soído, Enéas Galvão, Lopes de Araujo, Guilherme Schüch, Dionísio de Cerqueira, Jourdan, Guillobel, Botafogo, entre outros. A monarquia os premiava com o baronato quando devera fazê-lo com o marquezado, que é o título que cabe ao fronteiro — homem que fixa marcos divisórios. Saem das classes armadas — marinha e exército — e das profissões civis. Não se descobre superioridade entre eles porque se consignificam no mérito.

Mas não é só tratando e dando realidade aos tratados que o fronteiro excele. Há a grande e ilustre galeria dos campeadores, em cujo primeiro plano figuram Raphael

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