XIV
A "DESCOBERTA" DO BARÃO DE RIO BRANCO
Publicado no Jornal do Commercio em 29 de dezembro de 1940.
O Barão de Rio Branco foi, sem nenhum favor, um dos homens que mais e melhor trabalharam pela grandeza do Brasil, mas foi, também, aquele que mais honrarias recebeu em vida e a cuja memória nunca foram regateadas homenagens de todo gênero.
É, talvez, o único vulto de nossa história que não padece discussão e nem se admitem ressalvas no julgamento de sua obra.
Se não é difícil enumerar os monumentos que lhe elevaram na praça pública, é impossível relacionar as manifestações de outro gênero que lhe foram tributadas quando ainda vivo e que continuam a ser prestadas ao seu nome e à sua memória em todos os rincões da pátria.
Não teve ainda, entretanto, 30 anos depois da morte, quem lhe estudasse a obra, a grande obra de geógrafo, de historiador, de diplomata e de estadista.
À parte o notável trabalho de psicologia de Liberato Bittencourt e o ensaio de João Lyra Filho, no qual ficou gizada a atividade de Barão de Rio Branco, o que há sobre ele é simples biografia, ou melhor, relação de dados biográficos, ou anedotário singelo sem maior interesse isoladamente.