Fronteiras e fronteiros

Nada que faça conhecer o homem em todas as quadras da existência, como estudante e como professor, político e jornalista, historiador e geógrafo, funcionário consular, diplomata nas questões de Palmas, do Amapá e do Acre, e finalmente como estadista na direção da política exterior da República durante oito anos.

Não basta que se alinhem as datas marcantes de sua carreira de homem público e nem que apenas sejam arrolados os cargos que exerceu.

O que se faz preciso é que se o apresente como elemento da sociedade de seu tempo, atuando sobre essa mesma sociedade no sentido que julgou melhor ou como as circunstâncias aconselharam, tendo em vista principalmente que o segundo Rio Branco não foi criatura normal, que agisse repetindo gestos clássicos, enunciando conceitos que a outros já houvessem ocorrido.

Tudo nele, de fato, foi inesperado e extraordinário, foi grande e foi expressivo.

A primeira fase de sua vida pública, da formatura em Direito à nomeação para Washington, foi a ela preparação; a segunda, desde o trabalho junto ao Presidente Cleveland até à morte, foi a da execução.

Em qualquer das duas há material bastante para estudo monumental, digno dos exemplos que legou à nação, da obra que construiu, do acervo que deixou.

É mister, portanto, que para tal estudo surja escritor à altura do tema agigantado.

***

Um dos problemas que espera o historiador que há-de ter Rio Branco é o de seu aparecimento na primeira questão em que foi advogado do Brasil, aquela com a Argentina, sobre o Território de Palmas, erroneamente chamado de Missões, quando a mesma foi submetida ao arbitramento

Fronteiras e fronteiros - Página 265 - Thumb Visualização
Formato
Texto