Fronteiras e fronteiros

do Presidente dos Estados Unidos da América do Norte.

Nos dados biográficos de José Maria da Silva Paranhos Junior, em verdade, nada consta a respeito. Encontra-se neles somente que em 1876 foi nomeado Cônsul-Geral em Liverpool, e que em 1893, quando ainda ocupando esse cargo, foi designado, em comissão, para exercer a Superintendência do Serviço de Emigração para o Brasil na Europa, em cujo exercício estava ao ser nomeado Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário em Missão Especial junto ao Árbitro que o Brasil e a Argentina tinham escolhido para solucionar a questão territorial existente entre ambos.

Isso quer dizer, noutras palavras, que a 5 de abril de 1893, data na qual foi assinado o decreto de sua nomeação para Primeiro Plenipotenciário e Chefe da Missão Especial, era apenas Cônsul-Geral. O outro cargo era simples comissão.

Para quem não desconheça os preconceitos que sempre separaram as carreiras, consular e diplomática — só há pouco fundidas —, a transição feita pelo Barão de Rio Branco, saltando de Cônsul-Geral para Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário em Missão Especial, apresenta-se brusca demais, desconcertante mesmo, até inexplicável.

Ausente do país há muito, quase ninguém fora do Instituto Histórico o conhecia.

Ainda em 9 de fevereiro de 1895, o que vale dizer, depois do laudo do Presidente Cleveland, Joaquim Nabuco, pelas colunas do Jornal do Commercio, acentuava o desconhecimento de Rio Branco no Brasil: "O Barão de Rio Branco, pode-se dizer, era até ontem muito mais conhecido no nosso país pelo reflexo do nome paterno do que pelo que ele mesmo já tinha feito. O laudo do Presidente Cleveland é que o veio colocar na primeira

Fronteiras e fronteiros - Página 266 - Thumb Visualização
Formato
Texto