Fronteiras e fronteiros

de cargo modesto, sem ligações partidárias no país, que não se manifestara publicamente por ocasião de ser implantado o novo regime que se procurava galvanizar?

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A resposta a tal pergunta — que por tantos há de ter sido formulada — se encontra em trabalho subscrito pelo Dr. Graciano A. de Azambuja, publicado no número de 1896 do Annuario da Província do Rio Grande do Sul, cujo conhecimento devo à solícita bondade de Souza Docca.

Nesse trabalho, naturalmente escrito em 1895, em vida pois de Floriano Peixoto, cujo falecimento ocorreu a 29 de junho, circunstância que deve ser tida na maior conta, e quando fazia pouco da vitória brasileira na questão de Palmas, uma vez que o laudo de Cleveland foi datado de 5 de fevereiro daquele mesmo ano, outra circunstância importante a ter em vista, Graciano Azambuja reclamava contra a ingratidão a Rio Branco que se prenunciava, lembrando com tristeza que o Jornal do Comercio, em fevereiro, logo depois de conhecida a decisão arbitral, havia concitado o reconhecimento da nação para o insigne diplomata, "mas o ano vai se aproximando do seu fim, a sessão do Congresso está prestes a encerrar-se, e nada disse nem fez ali a nação pelos seus representantes imediatos".

Rio Branco, aliás, já havia voltado às suas antigas funções de Cônsul em Liverpool, nas quais se conservaria até 22 de novembro de 1898, quando foi nomeado para defender os interesses do Brasil na questão com a França, sobre a região de Amapá.

Para justificar o que reclamava para Rio Branco - a gratidão da pátria — que, diga-se de passagem, só se manifestou depois da segunda grande vitória, aquela do Amapá, obtida junto ao Presidente da Confederação

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