Fronteiras e fronteiros

XV

A OCUPAÇÃO DA ILHA DA TRINDADE PELA INGLATERRA


Rodrigo Octavio, em sua mais interessante obra - Minhas Memórias dos Outros — no capítulo destinado à lembrança de Carlos de Carvalho, referiu o caso da ilha da Trindade, ocupada em janeiro de 1895 pela Inglaterra, e restituída à soberania do Brasil em agosto do ano seguinte, isso graças em grande parte à atividade, à previsão e à energia do ministro do exterior do governo Prudente de Moraes.

O escritor, com a autoridade de quem conhece bem a história brasileira, acha que foi esse "talvez o mais brilhante triunfo de nossa diplomacia".

A leitura da correspondência trocada na ocasião, e que se encontra no volume XXVIII das Publicações do Arquivo Nacional, entre Carlos de Carvalho e Lord Salisbury, faz certo o juízo de Rodrigo Octavio. O estadista brasileiro, de fato, foi inexcedível na ação que desenvolveu junto ao governo da Grã-Bretanha, na defesa do patrimônio territorial do país e na dignidade da nação, um e outra ofendidos duramente com a ocupação, manu militari, da ilha da Trindade, sem uma razão justa qualquer, sem um pretexto que a justificasse, sem uma causa que ao menos a explicasse.

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