Fronteiras e fronteiros

AMAPÁ

A região chamada do Amapá, pretendida pela França, não é somente constituída pelas terras nas margens dos rios Amapá grande e Amapá pequeno, que desaguam no Oceano, ao norte da ilha de Maracá, no paralelo de 2° de latitude setentrional, como poderia parecer pela designação generalizada, mas toda a extensão que vai do rio Oiapoque ao rio Araguari, havendo mesmo quem defendesse a fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa pelo próprio rio Amazonas, isso no sentido norte-sul.

É verdade, porém, que a maioria dos estudiosos do lado de lá argumentava com o rio Carapaporis, que deságua próximo ao cabo Norte.

Todos os cursos d'água ao sul do Oiapoque, aliás, serviriam e foram sugeridos como a servirem de limite entre as duas soberanias: Caciporé, Cunani, Calçoene, Maiacaré e até o "furo" do Araguari, cuja foz, estando ao sul da ilha do Bailique — no estuário do Amazonas devia pertencer à França...

O que era preciso era fazer baixar a linha divisória o mais possível, o que importa em dizer, em penetrar o mais fundamente possível em território do Brasil, uma vez que essa linha, pelo Tratado em vigor, correria pelo talvegue do Oiapoque até a serra Tumucumaque, e por ela, pela sua cumiada, até à fronteira com a Guiana Holandesa.

As águas do Oiapoque e as grimpas da Tumucumaque...

O artigo VIII do Tratado de Utrecht, de 11 de abril de 1713, entre João V, de Portugal, e Luiz XIV, de França, assim o reza:

"Afim de previnir toda ocasião de discórdia, que poderia haver, entre os vassalos da Coroa de França e os da Coroa de Portugal, S. M. Christianissima

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