A religião dos tupinambás e suas relações com as das demais tribos tupi-guaranis

distinta, seja uma imitação da massa peruana: o tacape tupi é, por sua forma, destinado antes a cortar do que a abater.

Se a teoria de Métraux é exata, está explicado porque o termo pajé, de origem túpica, foi encontrado nas Antilhas (piaché) e até mesmo no México (payni). E, assim, a hipótese de Imbelloni, a saber, de que a casta dos pajés teve uma base mais ampla do que a cultura amazônica, perdeu um pouco de sua consistência, porquanto, sendo a indicada região do Amazonas o hábitat primitivo dos tupis-guaranis, nada mais fácil do que a dispersão, para o norte, de muitos dos seus traços culturais.

Como se vê, embora não se filiando à chamada escola culturalista, Métraux não despreza, em suas pesquisas, pelo processo do paralelismo, os elementos de que lança mão essa escola no estudo das culturas primitivas ou atrasadas.

Quero salientar, enfim, que, com a tradução da presente obra de Métraux, saldamos um débito para com esse grande estudioso e amigo das coisas do Brasil.

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Os tupis-guaranis mais modernos foram também exaustivamente estudados, tais como os cainguás (Ambrosetti, Rengger, Vogt, Dobrizhoffer), os guaranis (Medina, Niniez Cabeza de Vaca, Ulrich Schmidel), os apapocuvas (Curt Nimuendajú), os chiriguanos (Domenico del Campana, Bernardino de Nino, A. Métraux), os omáguas (Laureano de le Cruz), os oiampis (Lucien Adam, Bauve, Dobbadie), os parintintins (Curt Nimuendajú, José Garcia de Freitas), os tembés (E. H. Snethlage), os apiacás (Castelnau, Chandless, Barbosa Rodrigues), etc.

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