de Capistrano de Abreu, "o trato diuturno com gentes halófitas e, por conseguinte, antiguidade da migração."
Recentes estudos de Métraux acabam, todavia, de modificar esse tradicional quadro da escola etnográfica germânica, que tem em C. F. Phil. von Martius, em Carlos von den Steinen e em Paul Ehrenreich os seus mais lídimos expoentes.
Tinham os tupis, na época pré-colombiana, especial situação geográfica: à exceção dos omáguas e dos cocamas, seus domínios principais estendiam-se a este e ao sul do Amazonas. Era preciso pesquisar, à custa da etnografia, se tal fora sempre o hábitat dos tupis. Desse modo, organizou Métraux, com a ajuda das cartas de Nordenskiöld, várias classificações de elementos culturais e, assim, chegou à conclusão de que os tupis-guaranis, consequentemente os tupinambás, formavam um grupo, cuja cultura se compunha de elementos com distribuição oriental e setentrional (América do Sul), sendo o seu centro de dispersão a área limitada ao norte pelo Amazonas, ao sul pelo Paraguai, a este pelo Tocantins e a oeste pelo Madeira. A prova da realidade de tal centro dispersivo se tira do exame das aculturações daquela enorme família cis-istmica (a maloca quadrangular de teto e paredes constituídas de um só elemento, a rede de algodão, a cultura da mandioca, a maneira de fumar o tabaco, o tipo do arco e da flecha, o tacape, a tinguijada, a pesca de barragem, o moquém, etc.). Se os tupis (conclui Métraux) tivessem vindo do Alto Amazonas ou do noroeste da América Meridional, - como pretendem Schmidt e Krause, - provavelmente espalhariam o tipo de habitação comum a essas regiões, isto é, a cabana de plano oval ou circular. As máscaras de dança são estranhas aos tupis-guaranis. E não é aceitável que o tacape, de cabeça nitidamente