Ouro Preto, o homem e a época

bichos peçonhentos, às febres palustres, às feras, aos ares pestilentos, às picadas de cobras, às mil surpresas da jornada investigadora, que, alfim, os foram transformando, e os definharam, e os envelheceram, e os consumiram.

Singulares adentristas! Os perigos, os agrores, as vicissitudes mais imprevistas que o mistério das selvas lhes oferecia, longe de os atemorizar até parece que os animavam nas atrevidas e incertas caminhadas pelas solidões do interior agreste do Brasil alvorecente. Em sua desabalada cobiça, aqueles homens não viam percalços nem derrotas possíveis, mas, só e só, o alcance da empresa. Daí, as constantes e penosas rondas pelo recesso da floresta brava. Daí, o cruzamento de bandeiras em todos os sentidos do território.

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O primeiro que afundou no seio da mata, com esse propósito, foi Aleixo Garcia, companheiro de Solis (2) Nota do Autor. Foi ele o inaugurador da fase das bandeiras no Brasil, fase que, aberta em 1526, se estenderia por quase dois séculos, colorida pelos mais vivos matizes da afoiteza humana e profusamente pontilhada de heroicas penetrações

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