Ouro Preto, o homem e a época

de seu reinado, governo dos mais convenientes à unidade e ao desenvolvimento do país.

Contudo, não só floresceram cerebrações políticas nessa era da vida brasileira. Em todos os ângulos, houve o desabrochar de mentalidades nobilíssimas, cuja rutilância jamais se extinguirá do panorama histórico do Brasil. O romance e a poesia, o teatro e a pintura, a sociologia e o jurismo, a filosofia e a medicina, a oratória e a engenharia, o pensamento e a ação política, tanto interna como externa, a música e a organização militar e naval, e até os domínios da invenção, todos esses setores tiveram, à data, seus altos representantes, dignificadores dos trâmites evolutivos da raça e da sociedade a que pertencemos. Luziram, e luzem ainda, José de Alencar e Machado de Assis, Gonçalves Dias e Castro Alves, Fagundes Varela e Alvares de Azevedo, José Maurício e Carlos Gomes, Pedro Américo e Vitor Meireles. De lá vieram Farias Brito, Benjamin Constant e Clovis Bevilaqua. De lá, Rio Branco, o barão, Euclides e Rui. De lá, os versos esculturais de Bilac, a intuição filosófica de Raimundo Correia, a lírica de Vicente de Carvalho, o paisagismo de Alberto de Oliveira. De lá, ainda, Alberto Nepomuceno e Francisco Braga, Murtinho, David Campista e Leopoldo Bulhões, Osvaldo Cruz e Alvaro Alvim, padre Francisco João de Azevedo e Santos Dumont.

No que tange às manifestações parlamentares, foi a fase zenitica do Brasil. Preparada pela vigorosa mentalidade cívica de Tiradentes e seus companheiros de jornada libertadora, por Cairú e Feijó, pelos Andradas e Gonçalves Ledo, Barbacena e Clemente Pereira, a época em que se firma e evolve e declina o Segundo Império é, não há desmentir, a mais interessante, luminosa e bela que temos tido. Haurindo nas lições dessa plêiade de homens ardentes e realizadores ias melhores estímulos à

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