na tribuna, nos partidos, nos cargos que tem ocupado e na banca de jornalista de duradouro tirocínio e muito público, assinando diversas colunas, uma delas "Política é o diabo", cuja temática é a da intriga maliciosa e fina, de um discípulo de Chesterton no paradoxo a serviço da verdade e da crítica, sem ferir. Um dos seus trabalhos vem sendo, igualmente, o comentário e a crítica literária. As personagens, as figuras, os tipos, os entrechos, ambientes, cenas e movimentação de seus romances, Os Cabras do Coronel, Responso das Almas, ou O reduto, Remanso da Valentia, Militão sem Remorso levantam-se das páginas deste estudo e daí saltam cheias de vida. Nem é fácil seguir-lhes as trilhas e as tramas, acompanhá-las na caatinga ou na beira do rio, entender-lhes os motivos, os impulsos, os perfis e também a delicadeza de sentimentos e os gestos humanos e heroicos, sem haver percorrido estas páginas.
O ensaio, em que consiste? No levantamento de uma série de problemas, que não se diriam novos mas que aborda no contexto real, concreto, de um sertão bastante conhecido, nem sempre examinado com a objetividade, a penetração, a compreensão do autor e que se avalia melhor quando se sabe que o autor vive intimamente a aventura sobre a qual escreve. Temas, para começar, como o do feudalismo como sistema de ordenação social e de mentalidade, na sua região: o de categorias de colonizadores, horizontais ou verticais, colocado por Gilberto Freyre, ou de desbravadores em oposição a cortesãos dos paços de Lisboa, como os trata; o dos planos de exploração econômica preferidos para a zona, pelos povoadores e governantes, em descompasso com os climas, os terrenos, as vias de transporte; o da violência e das motivações para a luta individual e em grupos, entre famílias, entre adversários políticos, entre chefes, mais constantes em nossa história como insistem Capistrano, L. A. Costa Pinto, José Honório Rodrigues. São, todos esses, temas sobre os quais opina e tem pontos de vista fundados, não em teorizações abstratas que se ajustem aos fatos, porém na observação direta, imediata, cotidiana. E, assim, as complementares relações funcionais entre a "casa-da-fazenda" e a "casa-da-rua" em sua fisionomia regional e as histórias-de-vida de ricos e potentados que foram vaqueiros, tropeiros ou pequenos fazendeiros e a classe dos que herdaram; as distinções e singularidades de sãofranciscanos em contraste ou em confronto com as das gentes do Recôncavo e de outras partes da Bahia e com as vindas de regiões