AGONIA E MORTE DO BANGUÊ
Quando em 1848 o barão e depois conde de Passé adquiriu Freguesia, tinha, com uns restos de mocidade, o entono galhardo de grand-seigneur, sociabilidade e alegria. Pensava fazer daquele o maior, o mais rico, o mais movimentado de seus solares. A situação, perto da Cidade e não longe de tantas propriedades de amigos e parentes, ajudava. E a experiência do vizinho Engenho Matoim, onde oferecia reuniões de escolhida e distinta sociedade,(1) Nota do Autor mostrava não ser difícil transformar o grande sobrado de Freguesia num centro de vida mundano-rural, e ponto de irradiação de várias e extensas atividades agrícolas.
Não abandonaria por certo Pindobas, cheio de tantas lembranças da boa e da má fortuna. Restauradas, porém, casa e igreja, sem alteração da antiga fisionomia arquitetônica; recomposta a vivenda em mobiliário e alfaias; o engenho fumegando em boas safras, os canaviais em torno a verdecerem; barcos e lanchas velejando os mares fronteiros - Freguesia, com botadas e missas da Piedade e da Conceição, "fins de ano" de grupos de amigos que vinham nos vapores da Companhia Bonfim, da linha de Passé, foi por algum tempo um castelo à beira-mar, animado e festivo.
Durou pouco essa brilhante fase: de 1857-58, quando terminou a reforma, até 1862, quando, com a morte da filha, a baronesa de Cotegipe, entrou o conde na penumbra triste da velhice.
Até ali tudo lhe fora crescer, aumentar, gozar, uma extensa consideração social esmaltando-lhe o duplo orgulho de rico e de