essa possibilidade, as cartas foram rigorosamente criticadas, e sua utilização só foi feita quando consciente ou inconscientemente o embaixador ou cônsul documentava um fato que os gráficos e o estudo da conjuntura fazem estampar.
Como concorrentes dos ingleses, os franceses concentravam-se na observação das relações anglo-portuguesas. Este aspecto da correspondência, embora anuviado muitas vezes pelo despeito, fornece preciosos informes sobre a preponderância britânica no mundo português. Além disso, com a neutralidade de Portugal, Lisboa se transformou no grande centro de espionagem internacional no século XVIII, pois as notícias afluíam e circulavam através das rotas que se cruzavam na Metrópole do império.
Quanto à nossa orientação, ela é fruto da convivência com o pensamento de F. Braudel, que nos levou a assumir a posição de que somos homens do século XX a tentar reconstruir o conjunto das realidades do passado. Buscar estas realidades, senti-las, compreendê-las, é a grande aventura do historiador, porém seria impossível fugir à contingência do seu tempo.