O ouro brasileiro e o comércio anglo-português. Uma contribuição aos estudos da economia atlântica no século XVIII

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ECONOMIA E POLÍTICA


Desde que nos propomos a um estudo sobre o ouro brasileiro na conjuntura atlântica, faz-se necessário prefaciá-lo com uma análise da situação econômica da Europa Ocidental e, em particular, de Portugal e seu império no século XVII. Somente após essa análise torna-se possível compreender a importância do ouro brasileiro, surgido num momento em que a Europa estava sendo vergastada por violentas crises socioeconômicas.

O estudo que se segue - sobre Economia e Política - foi orientado por duas inquietações: a primeira, indagar se a crise do império português foi uma crise isolada ou se, pela sua configuração, ultrapassa os quadros geográficos lusitanos para se enquadrar na recessão econômica do século XVII, já diagnosticada pelos historiadores da Economia.

A segunda das nossas inquietações levou-nos ao campo político. Sem dissociar a Economia da Política, nossas pesquisas conduziram-nos aos problemas suscitados pela Guerra de Sucessão da Espanha, especialmente em Portugal, e verificar até que ponto o discutido Tratado de Methuen justificava-se como uma perspectiva de desafogo à crise da economia portuguesa.

1.1 - PORTUGAL E A RECESSÃO ECONÔMICA DO SÉCULO XVII

Ao estudar o surto da economia mercantilista, G. Imbert delineia os contornos da tendência secular, estabelecendo o início

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