que recebeu o monopólio do comércio oriental, compreendido entre o cabo da Boa Esperança e o estreito de Magalhães: todo o Índico e o Pacífico. Paulatinamente, a partir deste instante, a hegemonia holandesa se firmou no Oriente, à custa do recuo dos portugueses. Após a fundação de Batávia (1619), na ilha de Java, dela fazem os holandeses sua base de irradiação, e até meado do século XVII estendem-se pelos pontos básicos do Índico.
Além dos holandeses, ingleses e franceses usufruíram também da impotência de Portugal sob o domínio dos Áustrias: os primeiros ocuparam Ormuz e os segundos, Madagascar. O comércio das especiarias, que fizera a opulência de Portugal no século XVI, tombou nas mãos da Inglaterra, da França e principalmente da Holanda.
A luta entre Espanha e Holanda impediu também que esta última se abastecesse de produtos americanos como o açúcar e o tabaco. A exemplo da Companhia das Índias Orientais, surgiu, em 1621, a Companhia das índias Ocidentais com o monopólio do comércio atlântico.
Em 1624, organizado por essa companhia, deu-se o primeiro ataque ao Brasil, exatamente no ponto vital da economia açucareira: a Bahia. Frustrado o primeiro ataque pela expulsão dos holandeses de Salvador em 1625, cinco anos depois investem novamente os batavos, desta vez com sucesso, sobre Pernambuco. O domínio holandês, no Nordeste brasileiro, consolidou-se por mais de duas décadas.
Ao assumir o governo de Pernambuco em 1637, Maurício de Nassau compreendeu que, para garantir o sucesso da conquista holandesa e a evolução econômica da nova colônia, necessário seria englobar à área do açúcar as fontes do braço escravo.(8) Nota do Autor Assim, armou uma esquadra, que, em agosto de 1641, submeteu Luanda e em outubro seguinte, São Tomé.(9) Nota do Autor
Portugal encontrava-se bastante reduzido como potência colonial, quando recuperou sua independência em 1640. Sua liberação, porém, estimulou a reação contra os holandeses na África