Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume III

de pagamento era o açúcar, escoava-se a sua produção pelos portos vizinhos, ficando vazias as naus ancoradas no rio Paraíba, embora pudessem os engenhos ribeirinhos carregar vinte em cada ano.

Alarmado pela informação, sugeria Alviano que el-rei interviesse, no que retrucava Brandônio, ser inútil qualquer medida no sentido de vedar o costume, pela má vontade de capitães e governadores; de sorte que "só deixa de levar assucares pera Pernambuco aquelle que não tem", razão definitiva e irrespondível. Não sabemos se porventura era este um dos motivos pelos quais os habitantes de Pernambuco ansiavam por se verem livres de governadores-gerais. A ação dos funcionários podia se lhes tornar incômoda, absorvendo a renda direta ou indiretamente auferida dos paraibanos. Por felicidade para os olindenses, a incúria dos agentes da coroa atenuava o perigo, ainda fossem muitas as despesas, e daí, a carência de dinheiro de Sua Majestade na capitania da Paraíba. Lá aparecia a novidade proveniente do regime filipino, com "...presidio de Castelhanos... o que nunca vimos nas demais conquistas que se fizeram por todo este estado", rematava Brandônio nos diálogos com Alviano.

Antes de prosseguir, detenhamo-nos um pouco nestes personagens, aos quais tanto temos recorrido nos primórdios da sociedade nordestina. Aventou Capistrano de Abreu que o segundo deles devia ser Ambrósio Fernandes Brandão, um dos feitores

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