de Bento Dias de Santiago, o cristão novo contratador dos dízimos da fazenda real nas capitanias de Pernambuco, Bahia e Itamaracá. Essa conjetura do velho mestre, informa Rodolfo Garcia, encontra confirmação no Santo Ofício, onde há indícios de que Brandão fora colaborador de Bento Dias. Pelo depoimento do padre Doutel, verifica-se que tanto Ambrósio, como um tal Nuno Álvares, eram empregados do opulento judeu, e segundo o padre, dizia-se frequentavam esnogas, eram blasfemos, hereges e criminosos para o tempo, lugar e regime político. São muitas, pois, as presunções de que Brandão, aliás Brandônio, fosse judeu, e como tal suspeito ao Santo Ofício.
Todavia, nos Dialogos, ele louva a carne de porco como dos melhores recursos alimentares da região, bem assim certos peixes proibidos pelos da seita condenada. Talvez o dissesse para uso externo, referindo-se unicamente aos cristãos à cata de variedade de alimento, como também é possível que tivesse abandonado o fervor religioso dos antepassados, inclinando-se ao novo credo. Igualmente, admitimos que o seu êxito em negócios, despertasse a inveja e a bisbilhotice das línguas soalheiras. É verdade que também se mostra muito entendido em costumes e cousas hebraicas(4), Nota do Autor embora tal cousa não fosse rara entre os letrados católicos,