Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume III

comum, mas nunca tão vultoso - iniciou uma série de abusos e desordens, que suspenderam as regalias em 1610 e 1617, voltando a vigorar no ano de 1629, retornando às peias de costume nos anos seguintes. E, quando a quantia oferecida pelos perseguidos era de monta, vinham à tona além das concessões requeridas, acessos de generosidade, que poderíamos chamar "gratidão de algibeira'', ordenando-se solenemente que ninguém pudesse chamar de judeus aos generosos doadores, nem cristãos novos, confessos, ou marranos, estabelecendo duras penas para os transgressores.

Acerca da insinceridade em matéria de fé cristã de alguns judeus milionários, deu-se em Pernambuco um acontecimento, que nos faculta observar como eram considerados pelo restante da população. Transluzia malquerença em torno do pugilo de hebreus na colônia, em pequeno número sem dúvida, mas muito evidentes pela sua riqueza, e pela atividade nem sempre muito escorreita que desenvolviam. No caso em apreço, vemos o zelo religioso despertado pelos do grupo nos brios da população, exigente de constantes provas de fervor ortodoxo, sempre pronta a se enfurecer assim que se supunha agravada na fé ou nos interesses. Recrescia a insegurança dos que eram admitidos entre os cristãos velhos, o fato de viverem catolicamente sob receio do Santo Ofício, e não por espontânea vontade. Morava desde muito em Pernambuco o cristão-novo

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