Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume III

chegar ao fim com um mínimo de fadiga e máximo de rendimento. Esfalfavam-se os índios sem limites, para ao depois repousarem o quantum satis à espera de novamente sentir vontade de trabalhar.

Parece-nos que chegamos ao ponto onde tocamos no motivo pelo qual malograva a colaboração do gentio com o branco na obra de explorar a selva. No mesmo passo, encontramos a explicação da necessidade que os invasores tiveram de substituir no eito o índio pelo negro. Sobre a atividade dos tapirapés apresenta o prof. Herbert Baldus alguns dos fatores, que associados a outros, deram iguais resultados: "O indio trabalha segundo ritmo diferente do adotado pelo homem da nossa civilização. Não faz a mesma tarefa cada dia, a hora determinada, mas dedica-se, de cada vez, com todos os sentidos...". No labor como nas festas não calcula, nem reserva forças. Continuando o etnólogo, informa-nos que os componentes dos "grupos de trabalho" reunidos pelo mutirão, não pareciam competir com os companheiros, a ver quem trabalhava mais e melhor, porém combatiam alegremente um adversário comum que eram "a madeira e o grande mato. Contra o mato em conjunto porque não se tratava de vencer cada arvore de per se pela força bruta dos braços, mas tambem pela estrategia" (H. Baldus).

A consequência da falta de método faz-se duramente sentir no dia seguinte, "devido a dores musculares quase não pode sair da rede. Logo que melhora um pouco, talha a vara de um arco e tece uma

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