palavras? Quem teria nunca imaginado que no século dezenove, cujo povo foi educado nos Santos salutares princípios da religião cristã, que muitos deles deixassem de se nutrir do verdadeiro sentimento do amor de Deus; além de darem tão triste testemunho, ocorre que se movem pela incredulidade, imitando assim os judeus, ideia horrorosa, pensamento [548] ingrato; que eles não ligam a menor importância pela sua salvação, como são os maçons, protestantes e republicanos, porque eles também só acreditam na Lei de Moisés, espalhando doutrinas falsas e errôneas aos ignorantes, arrastando assim tantas almas para o inferno, além das perseguições que eles fazem à religião do Bom Jesus, nunca eles hão de triunfar, porque Deus protege a sua obra. Jesus é a única [549] esperança da nossa salvação; fora dele não há salvação em parte alguma. Ele mesmo nos diz: Ego sum ostium. Per me si quis introierit, salvabitur (Jo., cap. 10, v. 9). Eu sou a porta e se alguém por mim entrar será salvo. Acreditem pois, fieis, na lei da graça, que é a verdadeira lei que devem observar irrepreensivelmente para vossa salvação. Considerem, portanto, que desta santíssima lei da graça a sua observância revela [550] o amor de Deus, como o mesmo Senhor disse a seus apóstolos (Jo., cap. 14, v. 15): Si diligitis me manda-ta mea servate. Se me amais, guardai os meus mandamentos. Foi Nosso Senhor Jesus Cristo, fiéis, que fundou a sua Igreja e consequentemente só ela é a verdadeira, cujo ensino vem do mesmo Senhor: Nela não há erro, porque o seu fundador é a fonte de toda sabedoria, santidade e perfeição. Portanto, a Igreja é a [551] congregação dos fieis que, por dever indeclinável devem curvar-se reverentemente diante de Deus, rendendo-lhe as devidas adorações, invocando seu nome com amorosa confiança, tendo por certo que Deus lhe será propício. Vejam, fieis, se não é de grande utilidade e agradável aos divinos olhos do nosso Bom Deus a construção dos templos. A vista destas verdades quem deixará de concorrer para a construção dos [552] templos? Quem ainda se nutrirá da tibieza e indiferentismo para fim tão útil e importante, que se bem considerasse a criatura os merecimentos que em vida mesmo alcança de Deus, certamente não deixaria de concorrer com suas esmolas e com os seus braços para