veio descobrir um novo dia. O sossego de um povo consiste em fazer a vontade de Deus e para obter-se a sua glória é indispensável que se faça a sua divina vontade. Corrobora-se melhor esta verdade pelo que diz Nosso Senhor Jesus Cristo (Mat., cap. 7, v. 21). [600] Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus; mas sim o que faz a vontade de meu pai que está nos céus; esse entrará no reino dos céus. Nosso Senhor Jesus Cristo deixou-nos o exemplo desta verdade, quando o anjo apresentou o cálice, no fundo do qual estava a sua morte; Ele dirigiu esta oração: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas sim a tua [601] (Mat., cap. 26, v. 39). Entretanto, Ele era inocente, não tinha necessidade de sofrer ultrajes no seu maior grau, como diz Santo Tomás, e uma morte a mais amarga e dolorosa que podia dar-se aos homens, pois que o Salvador morreu na cruz sem o mais pequeno alívio, como diz São Laurenço Justiniano. É necessário que se sofra para obter a verdadeira felicidade, que é a glória de Deus. É necessário que se sustente a [602] fé da sua Igreja. É necessário enfim que se faça a sua divina vontade, combatendo o demônio que quer acabar com a fé da Igreja. A religião santifica tudo e não destrói cousa alguma, exceto o pecado. Daqui se vê que o casamento civil ocasiona a nulidade do casamento, conforme manda a Santa Madre Igreja de Roma, contra a disposição mais clara do seu ensino (sempre benigna, sempre caridosa e sábia no seu [603] ensino) vêm os homens ao conhecimento de toda a verdade para melhor se aproveitarem no serviço de Deus. Persuadido que a unção que respira neste ensino, e ser ele ditado e ensinado pelo fundador da Igreja, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeira lei da sabedoria, fonte de toda a santidade e perfeição, o que tudo fez para a salvação dos homens. Quando Deus [604] autorizou com a sua presença o primeiro estado que houve de casado no mundo, foi para nos mostrar as grandes excelências e perfeição que nele se encerram e as obrigações que os casados têm de viver conforme os preceitos divinos unindo-se ambos numa só vontade, fundando-se nela mui diversas e copiosas virtudes, mostrando-se mui agradecido a um Senhor que tanto os honrou com a sua presença e tanto os [605] alimenta