Antônio Conselheiro e Canudos

João Evangelista de Monte Marciano, missionário capuchinho italiano, com "a missão de fazer o Conselheiro tornar com a sua gente ao grêmio da Igreja e obediência às leis e autoridades do país".(33) Nota do Autor

Permanecem em Canudos, de 13 a 21 de maio de 1895, frei Marciano e outro capuchinho, seu companheiro. Hospedam-se na casa que ali possui o vigário de Cumbe.

Logo no momento da apresentação, mostra-se desatinado o emissário, pois fala sem rebuço no seu objetivo e até que vai "aconselhar o povo a dispersar-se". Mesmo assim Antônio Conselheiro facilita tudo para a pregação das missões. Reúne o povo em praça pública e todos os dias com ele assiste à missa, a outros atos e aos sermões.

Em seu longo relatório, faccioso e injusto, frei Marciano fornece-nos, entretanto, dados interessantes para restabelecermos a verdade.

Assim, ainda no começo, diz que ensinou àquela gente que "a Igreja condena as revoltas",(34) Nota do Autor quando se sabe que não é esta a doutrina da Igreja. E quando sabiam os canudenses que a revolta republicana era recente, datava apenas de um lustro.

Refere os vivas que davam "à Santíssima Trindade, ao Bom Jesus, ao divino Espírito Santo e ao Antônio Conselheiro". Não é verdadeira, portanto, a afirmação de que os canudenses chamavam Bom Jesus o seu chefe."(35) Nota do Autor

Menciona frei Marciano: "Quanto a deveres e práticas religiosas, Antônio Conselheiro não se arroga nenhuma função sacerdotal".(36) Nota do Autor "O velho vigário de Cumbe ali aparecia de quinze em quinze dias" informação que colho em Euclides da Cunha, que continua: "dizendo missa nas igrejas diante do próprio Conselheiro,"

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