Quebra-quilos. Lutas sociais no outono do Império

9. O QUEBRA-QUILOS NO RIO GRANDE DO NORTE

Escrevendo ao Ministro da Guerra, a 1° de dezembro de 1874, comunicara-lhe o Presidente da Província do Rio Grande do Norte, João Capistrano Bandeira de Melo, que parte da força da Companhia de Infantaria encontrava-se no interior de sua Província, em consequência dos movimentos havidos ultimamente na da Paraíba. Falando concretamente sobre a sedição dos quebra-quilos, na Província vizinha, dizia Bandeira de Melo, com clara visão do do que poderia suceder, que ela tendia a estender-se a algumas localidades, e que já tomara diversas providências. Uma delas consistira na convocação da Guarda Nacional, que, entretanto, pouco disposta a cometimentos militares, dera ensejo a que a denunciasse ao Governo Imperial informando que "muitos guardas nacionais para isso designados tem se apresentado completamente desuniformizados (...) pretesto que alguns guardas empregam para se equivalerem ao serviço (...) por pressões que tem por timbre desconsiderar as ordens superiores" (1) Nota do Autor.

Embora consciente da duvidosa colaboração da Guarda Nacional, o Presidente do Rio Grande do Norte cuidará, com cautela e previdência, de fornecer antecipadamente os uniformes, sob a condição de descontar o valor destes, por ocasião do pagamento dos soldados.

É comum, na documentação da época, o uso da expressão "forças expedicionárias", designação com a qual a Corte indica a movimentação de soldados para o Nordeste ameaçado pelo conflito social do Quebra-quilos. Para o Rio Grande do Norte fora transportado, vindo do Maranhão, pelo navio Werneck, o 5° Batalhão de Infantaria, com seis oficiais e cem homens, e, do Rio de Janeiro,

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