José e Goianinha. Contaria, agora, com redobrada repressão policial-militar.
Logo pela manhã do dia 18, as novas forças entram em ação. Os sediciosos tentaram ocupar a cidade, entrando por quatro vias, e agruparam-se na frente da Matriz. No seu interior, estava reunida a junta paroquial de recrutamento. Era, como diziam o pároco Manuel Januário Bezerra Cavalcanti, o delegado de polícia Jerônimo Pereira de Farias e o juiz Antônio Jerônimo Pinheiro, em documento onde narram o episódio, a "furia de um povo supinamente ignorante e mal aconselhado por alguns que impõe de vulto no Paiz" (6) Nota do Autor.
O comandante determinou, imediatamente, que se evacuasse a igreja. O tenente-coronel José da Costa Vilar e os fazendeiros Afonso Leopoldo de Albuquerque Maranhão e João de Albuquerque Maranhão Cunhaú, acompanhados, cautelosamente, pelo delegado de polícia, que, por sua vez, não se esqueceu de fazer-se acompanhar pelo subdelegado, tentaram usar "meios brandos e suasórios para dissuadilos do intento em que estavão de oppor resistencia a execução da lei". A argumentação de nada valeu. Uma carga de baionetas caladas, então ordenada, feriu vários sediciosos e possibilitou o aprisionamento imediato de dezenove homens. Nessa operação militar, além de aparecerem os nomes do capitão João Paulo Martins Naninguer, do tenente João Paulo da Silva Porto e dos alferes João Ferreira de Oliveira e Francisco de Paula Moreira, há um "contingente de povo", que os fazendeiros Albuquerque Maranhão haviam apresentado para auxiliar a força pública, no caso de ser necessário (7) Nota do Autor.
O coronelismo nordestino aparece, aí, em toda a sua extensão. O proprietário de terras se faz acompanhar de seus homens, que não indagam quais são os seus interesses e agem tão somente em função de vínculos de dependência, que tradicionalmente os unem ao patrão. Os elogios aos Albuquerque Maranhão repetem-se, na documentação sobre o episódio, e o juiz de Direito registra, posteriormente, que continuam "a prestar relevantes serviços à ordem não só com seu prestígio mas também despendendo de dinheiro na sustentação de não pequeno número de pessoas que para garantir as autoridades e a Junta Paroquial". Não mudou muito a situação dessa classe no interior nordestino, fato que qualquer pesquisa social primária pode constatar.