Na Província do Ceará, repetem-se os episódios da Paraíba, talvez com menor gravidade, porém com curiosa e particular característica: são as mulheres que se opõem violentamente ao recrutamento. Essas lisístratas do sertão nordestino rasgam listas e insultam os membros das juntas. A 25 de agosto de 1875, o Presidente da Província, Gomes Parente, informava o fato ao Duque de Caxias, dando-lhe conta da violência feminina em Limoeiro, Acarape, Quixadá, Boa Viagem e Conceição de Baturité (19) Nota do Autor. As violências na vila do Acarape foram as mais sérias. Não somente mulheres, porém também mais de cinquenta "desordeiros", armados de foices e cassetetes, agrediram a força pública que se achava enfileirada na porta do quartel "motivando-se um renhido conflicto que durou cerca de meia hora entre aggredidos e aggressores", resultando a morte de um deles e ferimentos graves em outros (20) Nota do Autor.
Alguns homens foram presos, porém a maioria retirou-se, prometendo, aos gritos, que voltaria. Alarmado com os acontecimentos de Acarape, o Governo da Província determinou o reforço das tropas. Para a vila ameaçada seguiu o capitão Francisco Ferreira Rabelo, do 15° Batalhão, com 20 praças.
Os revoltosos não voltaram. Instauraram-se os inquéritos, e nomes apareceram. Eram todos de gente humilde, sem implicações políticas, circunstância que não passou despercebida à desconfiada Presidência da Província do Ceará, que escreveria, mais tarde, ao Duque de Caxias, dizendo "devo, no entanto, dizer a V. Exa. que do inquérito a que se procedeo, ficou verificado que nenhuma pessoa importante d'aquella localidade tomou parte n'aquelle movimento sedicioso" (21) Nota do Autor.
Em Tamboril, continuavam os moradores a desacatar a junta de recrutamento, e, mais uma vez, foram tomadas providências militares para evitar tumultos. Seguiu, no dia 14 de setembro de 1875, da capital para a vila, o alferes Miguel Vieira de Novais, com 20 praças e ordens expressas de garantir a ordem pública.
O policiamento militar ostensivo para os trabalhos da junta de recrutamento tornou-se rotina; incidentes menores, porém, repetiram-se, e, a 19 de outubro, ainda acusando "grupos de mulheres que de surpresa tem conseguido as listas e mais papeis concernente a esse serviço", desculpa-se, um tanto sem jeito, o Presidente