nas linhas e a depredação dos bondes; os mais exaltados arrancavam os trilhos e municiavam-se com pedras deslocadas do calçamento. O coronel Antônio Galvão foi atingido por uma pedrada e seus soldados reagiram a bala matando alguns manifestantes.
O tumulto transformara-se numa revolta popular e, durante vários dias, o comércio não se atreveu a abrir as portas. Os poucos carris, que trafegavam na cidade, iam sempre guarnecidos com soldados, que asseguravam a cobrança do imposto com a ponta da baioneta. A partir do dia quatro foi-se normalizando a vida da cidade, porém incidentes isolados, que podem ser acompanhados pela imprensa da época, repetem-se constantemente. A impopularidade dos ministros Sinimbu, Afonso Celso e Lafayette era visível, e o próprio Imperador não escapou à irreverência do povo insatisfeito, que o satirizou numa divulgadíssima música-protesto, cujo título, "Pedro Banana", indica perfeitamente o seu conteúdo debochado.
Pedro II diria, em uma de suas cartas, que os mais exaltados eram os "jornaleiros", e reconheceria que a instituição do imposto fora inoportuna. Porém, jamais deveria, o Governo, ceder ante a ameaça popular, segundo o seu majestático entendimento. Como em outras oportunidades, faltou-lhe a sensibilidade política necessária para tirar partido de uma resolução ministerial infeliz, e restaurar seu prestígio junto ao povo, que olhava com desconfiança uma Coroa que encarcerava bispos, e que, na sua falta de visão política, repetia, cuidadosamente, os mesmos erros.