da política adotada na província que asfixia o povo, a fim de atender às "necessidades públicas" e segue, afirmando: "Eis os primeiros frutos do ministerio Paranhos, o mais fatal, o mais desastrado, de quantos tem tido o Brasil de 1822 para cá, frutos amargos, e que são precursores de outros muito mais amargos. Amanhã, a guerra civil estará devastando aquela pobre província, amanhã, o sangue paraibano estará regando o próprio solo que lhe deu vida, amanhã estarão os corvos e os cães devorando os cadaveres de irmãos mortos por irmãos, amanhã estará a família paraibana se estrangulando em dois acampamentos opostos, e o Sr. Silvino rir-se-a, porque isto agrada ao Sr. Paranhos, e o Sr. Paranhos rir-se-a, porque isto agrada ao Imperador, e o Imperador rir-se-a porque os Neros de todos os tempos deleitam-se com o cheiro de sangue, ainda que este seja o das entranhas de sua própria mãe. Desgraçado Governo!
Por que foram tão descomunalmente aumentados os impostos provinciais da Parahyba? Os cofres estão "phtysicos", a provincia sobrecarregada de uma dívida imensa, os empregados publicos (exceto os de casa) com o ordenado de meses sem ser pago, os soldados de polícia morrendo à fome, e todos os dias criam-se novos impostos e pesadíssimos impostos! Como se explica isto? Oh! Só quem mora naquela desgraçada terra pode penetrar a causa misteriosa de todas essas miserias. E que os cofres tem chaves, não tem dinheiro, mas criam-se todos os dias sinecuras vergonhosas para dar de comer a quem tem fome. E que os intimos sustentam, sem rendas aparentes, um luxo de príncipe. E que o comandante do corpo de policia, que nada mais tem do que o seu mesquinho ordenado, vive como um pachá, e no jogo, sua profissão de a muitos anos, perde quantias avultadas, e quando se zanga, rasga e queima notas de 100 mil reis, como quem possui milhões. E é das veias do povo que sai o sangue com que se alimenta todo esse luxo, todo esse jogo imoral, todas suas zangas de dardos! Povo desgraçado! Quer ser livre, reduzem-no a escravo, queixa-se, matam-no à fome; revolta-se, riem-se com o prazer infernal de beberem-lhe o sangue! Povo desgraçado! E amanhã a Parahyba será um vasto tumulo, mas tudo irá bem, porque estão satisfeitas as paixões danadas deste desgraçado Governo! Um Parahybano."
Prova da gravidade da situação do interior paraibano, está nas providências militares tomadas, então, pelo Presidente da Província, Silvino Carneiro da Cunha. Em carta dirigida ao Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Guerra, em 7 de dezembro de 1874, diz Carneiro da Cunha que tornando-se "indispensavel