[Ver ilustração no original - Legenda: Figura 1. Mapa do Brasil mostrando a localização da aldeia mehináku.]
O aspecto da bacia do Xingu muda radicalmente no decorrer do ano. Em agosto, auge da estação da seca, os rios estão muito baixos; em alguns pontos, as margens chegam aproximadamente a cinco metros de altura. A planície de inundação torna-se de tal modo dura e seca que, para uma pessoa acostumada a usar sapato, chega a ser penoso andar descalça. A estação das águas começa com as chuvas do final de setembro; em meados de dezembro os rios já subiram para além de suas margens. Vista de um avião, a bacia do Xingu parece ser metade pântano, metade floresta. Como as planícies de inundação ficam alagadas, é difícil localizar o principal leito de cada rio. Ir de uma aldeia a outra é extremamente desagradável, pois a floresta é entrecruzada por ribeirões e riachos. Pode-se mesmo viajar de canoa através da planície de inundação e, algumas vezes, até através da floresta.