estritas governam o esporte e, embora a luta seja agressiva e animada, há poucos ferimentos além de cortes e arranhões.
No fim da tarde, marido e mulher saem juntos para cuidar da roça, buscar lenha para a noite e ter relações sexuais. Às vezes, vão até o rio para buscar água e tomar banho. Frequentemente, nessa hora, os mehináku fazem uma segunda refeição, especialmente se algum parente trouxe peixe.
À noitinha, logo depois que o sol se esconde, os homens mais velhos sentam-se no centro da praça, em torno de uma pequena fogueira, a fumar e conversar sobre assuntos pouco controvertidos, como a qualidade do tabaco e as atividades dos brancos no Posto. Os rapazes passeiam de braço dado em volta da praça, fazendo brincadeiras obscenas. Eventualmente, um deles grita em falsete "Vá pegar barro!", que significa "Vá ter relações sexuais!". De fato, essa é a hora dos encontros entre os moços e suas namoradas.
Lá pelas oito horas os fumantes voltam para casa, para conversar com suas mulheres e famílias. As vezes, algum dos homens conta uma história, ou então duas das mulheres mais velhas juntam-se para cantar canções sobre animais da floresta. A conversa vai morrendo pouco a pouco, e os mehináku dormem.
Algumas notas sobre métodos de campo e as limitações deste trabalho
A antropologia é singular entre as outras ciências no sentido de que é difícil verificar os resultados por ela obtidos. Reproduzir o estudo de uma tribo pré-letrada requer uma energia e uma dedicação pessoal que mais provavelmente se destinam à pesquisa entre um grupo ainda desconhecido. Visto que não parece certo que os mehináku recebam atenção sistemática de outro antropólogo em um futuro próximo, o leitor tem direito a informações sobre a situação de campo e a maneira pela qual os dados foram obtidos.
Minha mulher e eu chegamos ao Parque Nacional do Xingu, no Brasil central, em fevereiro de 1967 e, com exceção de um intervalo de quatro semanas em julho, moramos lá até dezembro do mesmo ano. Exceto uns poucos dias, esse período foi passado na aldeia mehináku, onde moramos na casa ocupada pelo chefe