unicamente confiada a autoridades francesas, mal escolhidos os documentos expostos, provavelmente misturados com os da América espanhola — sempre levando em conta que o francês "c'est un Mr. decoré qui ne connait pas la Geographie" tomamos a precaução de, a distância, indicarmos até o telefone, em Paris, de colecionadores e antiquários, assim como preciosidades relativas ao Brasil existentes em arquivos e bibliotecas públicas, que bem conhecíamos, informados pela nossa bibliofilia. Apesar de ausentes da mostra, conseguimos que Jacques Kugel, dono de magnífica coleção brasiliana, expusesse o quadro Revista das tropas no Rio de Janeiro, em 1816, de Debret, em que figuram a família real, de luto pela morte de D. Maria I, elementos da Corte e do governo, magnífico exemplar do seu trabalho no Brasil. Alcançou a nossa iniciativa notável sucesso, a ponto de despertar a atenção do jornalista Assis Chateaubriand, o qual compareceu ao certame e empalmou as glórias da sua realização, mercê de ótimas relações que logo se estabeleceram entre ele e Mr. Braibant, diretor dos Archives, particularmente sensível ao império jornalístico, de que ouvira falar dos Diários Associados. Foi, todavia, muito cortês conosco, tendo havido por bem mandar-nos um catálogo da exposição.
Debret, na execução de multiformes trabalhos, no final da sua estada no Brasil, aparentava divórcio das correntes artísticas que nele tinham influído na mocidade. Assim procedia involuntariamente, a muitas léguas de distância do cadinho em que eram geradas, cedendo a inatas propensões. Era o mesmo caso do seu condiscípulo Delécluze, outro esquecido no meio artístico e literário francês, o qual, por sua vez, esquecera o nome de Jean Baptiste no rol que escreveu dos alunos de David. Abandonada a pintura, Delécluze consagrou-se às letras e, ultimamente, depois de longo olvido, a sua novela Armance logrou algum sucesso, publicada inicialmente com outra intitulada D. Olímpia, ambas com personagens e "estórias reais", "à la manière" de Stendhal, desenvolvida a segunda no cenário do palácio Doria Pamphili, em Roma, hoje sede da embaixada brasileira, "presso il Quirinale". Também omite