Após ouvir a narração abreviada das ocorrências da sua viagem a Minas Gerais, Alberto Torres pergunta-lhe: "E agora?", ao que Silva redarguu, prontamente: "Assestar bateria diante de São Cristóvão!" (o palácio imperial.)
No Rio de Janeiro montou escritório de advogado, juntamente com Raimundo de Sá Vale, na rua do Rosário, esquina do beco das Cancelas, que logo se tornou o quartel-general do Partido, iniciando sua colaboração na Gazeta de Notícias, de Ferreira de Araújo, surgindo aí a ideia de um meeting republicano no dia do regresso do Imperador da Europa, ainda convalescente, pois havia anos se fechara a tribuna das conferências republicanas, sendo, portanto, o momento propício para reabri-la. Ubaldino do Amaral, muito doente, nada podia fazer para auxiliar Quintino Bocaiúva na direção do Partido. Silva Jardim, moço, com sua capacidade contagiante de entusiasmo, seria elemento inestimável para alimentar a campanha contra o Trono. Com essa finalidade, a primeira reunião realizou-se no salão da Sociedade Francesa de Ginástica, à travessa do Barreiro, mais tarde rua Silva Jardim, em 12 de agosto de 1888, tornando-se memorável pela recepção ao conferencista: a mocidade das Faculdades de Medicina, Politécnica e Escola Militar, e numerosos senhores abriam alas à sua passagem, cobrindo-o de aplausos.
O Imperador desembarca convicto de que o 13 de maio havia garantido a sucessão e preparado sua estabilidade, encontrando, no entanto, um vulcão mais acesso do que deixara. Decorridos alguns dias, Silva Jardim parte em busca da família. Em São Paulo, sede do monarquismo paulista, é recebido com manifestação apoteótica, a colônia italiana postando-se ao lado dos bondes embandeirados, erguendo vivas à República, o povo cercando em massa o edifício do Clube Republicano, para onde o conduziram, em companhia de Campos Sales e Rangel Pestana. No dia seguinte, fala no antigo teatro São José, onde antes fora vaiado, agora rodeado de apoio caloroso da população, tendo à frente a mocidade acadêmica, dando vivas à República. Santos, para onde se encaminhou depois, ansiosa por sua presença, recebe-o com uma multidão acompanhando-o jubilosamente. Foi aí que certo correligionário, não identificado, disse-lhe, sorrindo: "Você está ganhando muita força. É preciso dar-lhe para baixo. Você pode tornar-se perigoso", palavras que não esqueceria, vislumbrando nelas obstáculo à sua carreira política, desconfiança natural, porém, injusta.