encontros com o velho marechal, apesar de este achar-se doente, acamado, pintando-lhe quadro sinistro da situação, com o Exército ameaçado de ser ultrajado e humilhado pelo gabinete desse homem imprudente, caso não se lhe fizesse oposição fulminante, afastando sua ascendência sobre a coroa. Deodoro precisava agir - dizia pois a maioria do Exército estava ao seu lado. Falava-se na redução dos efetivos das tropas, apoiando-se o governo na Guarda Nacional, na Guarda Cívica, na Marinha de Guerra, tradicionalmente mais ligada à Monarquia, o que ia inflamando Deodoro, fazendo-lhe mal, por agravar seu já precário estado de saúde, tornando-o colérico. Com esforço, por se achar deitado, com a respiração difícil, responde que não consentirá nisso, falando em volta a 31, em um novo 7 de abril, prometendo ir ao Parlamento responsabilizar o gabinete pela falta de patriotismo, levando os ministros à praça pública, e entregando-se, depois, para ser julgado. Era o que Mena Barreto queria, respondendo-lhe então não ser preciso tanto, porque, com a vitória do movimento, ele, Deodoro, seria o ditador da República. Outro fato mais grave, no entanto, ocorre. O coronel João Nepomuceno de Medeiros Mallet, comandante da Escola Militar do Ceará, indica o tenente Barbosa para o lugar de instrutor de primeira classe, vaga, não sendo aceita pelo ministro interino da Guerra, sob o pretexto de Barbosa ser o mais novo em seu posto do que instrutores de segunda, lá existentes, curvando-se, Mallet, à impugnação, por considerá-la legítima. Barbosa, entretanto, recorre aos chefes liberais, saindo a sua nomeação, fazendo com que o comandante se sentisse ofendido e desautorizado, com a medida do ministro da Guerra. Se a razão da impugnação era válida, quando da indicação do tenente, também agora deveria sê-lo, pedindo reconsideração do ato, manifestando propósito de pedir demissão. O telegrama por ele enviado, nesse sentido, teve resposta enérgica e imprudente do ministro interino, Cândido de Oliveira, sendo Mallet demitido em 23 de outubro "a bem do serviço público", submetido a Conselho de Guerra como infrator da disciplina e falta de respeito aos superiores. Nova lenha era, desse modo, atirada na fogueira que iria consumir o Império, chocando os militares. Rui Barbosa sai novamente em defesa dos militares, na verdadeira barricada que armara contra o governo Ouro Preto no Diário de Notícias.
Tal estado de coisas, cada vez mais tenso, não podia prosseguir, impondo-se a instauração de um novo regime. Deodoro, todavia, por razões pessoais, vacilava: era amigo do Imperador, respeitando-o,