que se esperasse a sua morte, para a tomada de uma decisão. Sua revolta era contra o ministério. Benjamin Constant, no entanto, visitando-o frequentemente, insistia, pois, que com a mudança do ministério, voltariam os conservadores, responsáveis pela "Questão Militar", que o deportara a Mato Grosso; um Partido valia o outro. A indecisão do marechal, no entanto, permanecia, mas Benjamin não desanimava, consciente da sua importância, procurando aproximá-lo dos civis, a fim de construir um bloco e marcharem juntos. Deodoro tinha a psicologia de um autoritário, de um narcisista, que o conduzia a tomar atitude que se lhe oferecia contra tudo que pregara. Antes, o movimento republicano que lhe parecia sonho visionário de civis, de moços militares imaturos, irrefletidos, agora não lhe parecia tão desdenhável; a ideia começava a seduzi-lo. A um aceno seu, a catadupa se despenharia, destruindo o Trono, a dinastia bragantina. Não conhecia ainda os chefes republicanos, a muito dos quais só veio conhecer nas vésperas e depois de proclamada a República, nomeando-os para os ministérios. Na verdade estava sendo utilizado como instrumento dos republicanos, pelos conspiradores, como Mena Barreto, Benjamim Constant, Quintino Bocaiúva, porém, também os utilizava como objetos em sua ambição pelo poder, não calculadamente, mas, por imposição de seu temperamento. Hesitava, no entanto, ante a gravidade da posição a tomar, ansiando por sua própria segurança. Talvez se desenhasse aos seus olhos o espetáculo de cinquenta anos atrás, quando, ao seu pai, o major Mendes da Fonseca, o povo da cidade de Alagoas oferecia o poder, dizendo que só ele, com seu prestígio, sua espada, seria capaz de impedir a mudança da capital da Província.
Em 23 de outubro o governo resolveu homenagear a oficialidade do cruzador chileno, "Almirante Cochrane", que vinha retribuir a visita que o cruzador brasileiro, "Almirante Barroso", fizera pouco antes, sob o comando do contra-almirante Custódio de Melo. Entre estas homenagens constava uma visita da oficialidade chilena à Escola Militar, do Rio de Janeiro. Nela usou da palavra Benjamin Constant, que vinha sendo preterido em sua nomeação nos concursos prestados para o magistério, sendo agora nomeado para aquela Escola, com o objetivo de afastá-lo do meio dos cadetes. Em sua oração, após saudar os oficiais visitantes, fala da tradição da Escola Militar, da missão dos militares e dos estadistas modernos em apressar a evolução natural que a política ou a arte de bem dirigir os povos tem posto à nossa disposição, abordando as "Questões