do Partido Republicano do Estado do Rio e membro da sua Comissão Executiva. Considerado velho em 1889, com 59 anos ante a exuberância juvenil de um Silva Jardim ou um Alberto Torres, que não haviam atingido trinta anos, impunha-se pela sua respeitabilidade. Silva Jardim procura-o para a organização da chapa, fazendo pressão em favor dos históricos, ambicionando chefiar a bancada do seu Estado, visando, talvez, a presidência da República: no entanto, Portela recusa as sugestões, coordenando ostensivamente a chapa fluminense, com a colaboração do chefe do poder executivo, isto é, Deodoro da Fonseca. Silva Jardim, porém, orgulhoso dos serviços prestados na propaganda, da coragem cívica demonstrada e da sua popularidade, não podia aceitar as transigências denominadas conveniências políticas, julgando-se com a responsabilidade de orientar o regime que ajudara a construir, gerando, com isso, desentendimentos que foram levados ao conhecimento do governador do Estado, acusado de defender candidaturas espúrias influenciadas pelo governo federal de Deodoro da Fonseca, que, por sua vez, se via crivado de pedidos de parentes, achando mais fácil, em tal situação, entender-se com as barbas brancas e a ductilidade política de Portela, do que enfrentar a irredutibilidade e o atrevimento de Silva Jardim, preocupado apenas com títulos, a que Deodoro não atribuía importância, como os dos serviços prestados à causa republicana. Estes fatores considerados desnecessários e inoportunos, conduziram à concentração da formação da chapa nas mãos do governador do Estado, com apoio de Deodoro e naturalmente com a concordância de Quintino Bocaiúva, despertando repúdio de Silva Jardim, por constituírem sacrifícios doutrinários e ausência de postura política. Apesar disso, contudo, foi procurado para compor a chapa governamental, mas recusou o convite, juntamente com outros históricos, partindo, então, para a luta. Fonseca Hermes, parente de Deodoro, tentou servir de mediador, sendo também repelido por Silva Jardim, dado seu fundo inato de rebeldia, sublimada na altivez de atitudes. O experiente Paulino de Sousa, dizia que quem tivesse desejo de ser eleito, não deveria romper com o Governador, porque o pleito não passaria de uma farsa. Desses desentendimentos resultaram duas chapas: a do governador Portela e a do Partido Republicano, enfrentando-se primeiro, na campanha, em seguida, nas urnas. Quintino Bocaiúva figurava em ambas as chapas, o que lhe garantia a cadeira de senador a que se candidatara, enquanto que Silva Jardim, por ser figura de projeção nacional, tinha seu nome em chapas de outros Estados. Tomadas em conjunto, entretanto, as chapas se equivaliam, mais ou