menos. Na de Portela, além dos apadrinhados de Deodoro, como Fonseca Hermes, Fonseca e Silva, Viriato Medeiros e os egressos dos partidos monárquicos, o grosso era de republicanos históricos, inclusive o jovem Nilo Peçanha, que o combatia. Sua falha principal consistia na iniquidade da exclusão de Silva Jardim. Na do Partido Republicano, obrigado a transacionar, inclusive com elementos conservadores de Paulino de Sousa e de várias influências locais, tornava-se mais significativa a presença de republicanos históricos. Com as duas chapas, todavia, poder-se-ia ter composto representação excelente se Portela tivesse riscado os nomes de maior força política da situação federal, que traduziam injunções irresistíveis. A chapa de Portela apareceu anonimamente, repetida nos jornais diariamente até a data do pleito, sem responsabilidade declarada, o que levou Silva Jardim a denunciar Portela de querer impor a sua chapa para formação de seu poder individual, composta de secretários de governo, de diaristas que o sustentavam, procurando prender, por falsa solidariedade, "alguns dignos companheiros", verberando-lhe a subordinação ao poder central, quando deveria restringir-se à influência estadual.
Silva Jardim acreditava agora na lisura das eleições, com o novo regime. Foi, porém, ilusão decepcionante, pois o Governo usou de todos os antigos meios fraudulentos a fim de derrotar os adversários, como os expedientes de aliciamentos, de corrupção, de intimidações, com os eleitores fictícios, mobilizados nas atas falsas, que foram os mais diligentes, disciplinados e unânimes. A consequência só poderia ser o seu triunfo em toda linha. Silva Jardim não conseguiu nem metade dos votos do último colocado dos candidatos de Portela, não vencendo ainda nos demais Estados em que se candidatara. "A República começa mal" - comenta Barbosa Lima Sobrinho, com razão (6) Nota do Autor.
A transição que se iniciava destinava-se a mudanças políticas, a transformações das oligarquias, mas sem alterar a velha estrutura econômica, que deveria continuar. Com efeito, se a instalação da República foi pacífica, de modo geral, com raras exceções, logo veio um processo violento de influências mútuas na escala estadual e federal, com lutas pela hegemonia, devido à ação desordenada