O tupi na geografia nacional

Aliás, Edelweiss jamais negou essa indiscutível ascendência exercida pelo "Pai da História do Rio Grande do Sul", a quem se referia com respeitosa admiração.

Data, porém, de 1928 seu primeiro artigo impresso sobre o "Tupi" publicado no jornal A Tarde. Sob epígrafe tão abrangente, o autor apõe o subtítulo - Igarapé, versando o intrincado problema etimológico e dedicando-o ao grande filólogo João Ribeiro, que lhe admirava a maneira prudente e objetiva com a qual laborava o difícil campo de estudo.

Posteriormente, em 1936, publicaria o tema "Charuto, um enigma etimológico". Defendendo a etimologia brasileira do termo charuto, analisa minuciosamente a mais antiga designação do rolo de fumo, informando que seu uso já era generalizado desde meados do século XVI, embora sob a designação de cigarro.

Aliás, o vocábulo, segundo o texto em apreço, teria surgido na obra Ásia, de um autor inglês T. B. cuja publicação ocorreu entre 1669/79. E, consoante afirma Edelweiss, "nela, segundo o New Oxford Dictionary, há um trecho referente aos malabares, que diz 'Fumam o seu tabaco de maneira extremamente simples, mas a meu ver, bastante original: enrolam uma folha e, tomando entre os lábios uma das extremidades, acendem a outra'".

Eles (os malabares) chamam este rolo bunco, mas os portugueses, cherota.

Comentando, ainda, esta informação afirma: "Eis como charuto emerge na literatura mundial, em país distante e língua estranha".

O original trabalho evidencia, assim, a constante preocupação de Edelweiss em relação aos estudos etimológicos que iria, durante toda a sua existência, constituir-se numa inequívoca vocação do seu talento de pesquisador.

Do ano de 1947, datam duas de suas importantes contribuições à tupinologia, a saber, o livro Tupis e Guaranis e o estudo intitulado "Algumas observações críticas à Geografia dos Mitos Brasileiros, de Câmara Cascudo".

Sobre o primeiro, tivemos oportunidade de tecer rápido comentário em artigo publicado na imprensa, do qual destacaremos o seguinte trecho: "Contando com o instrumental indispensável à elaboração do referido estudo - a ampla bibliografia especializada de que dispunha, o repeitável tupinólogo baiano, com erudição e espírito crítico, desfez, de uma vez por todas, os lastimáveis equívocos que condicionaram a errônea denominação de Cadeira de Língua Tupi-guarani, criada em 1933, na Universidade de São Paulo".

Por outro lado, acerca do mesmo livro assim se expressa Herbert Baldus: "Trata, na primeira parte, do 'desenvolvimento histórico dos

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