O tupi na geografia nacional

Prefácio à Quarta Edição

O Tupi na Geografia Nacional é, desde o seu aparecimento, um dos livros mais consultados pelos nossos indianistas, historiadores e geógrafos. Muitos estudiosos da língua tupi lhe devem a maior parte dos seus conhecimentos, dos seus argumentos, o arremate final às suas elucubrações. E, como acontece em tantos outros assuntos, quanto mais a ele recorrem, menos lhe citam o nome. Mas, queiram ou não queiram, prestam ao grande autor o inestimável serviço de espalhar os seus ensinamentos, que, embora se distribuam por três decênios e se contenham em três edições: de 1901, 1914 e 1928, continuam pouco acessíveis ao número sempre crescente dos interessados num assunto de tão palpitante atualidade pátria.

Principalmente em São Paulo, na terra dos tupis em sentido restrito, onde nasceu, como devia nascer O Tupi na Geografia Nacional, o seu exemplo frutificou. Na Universidade de São Paulo foi criada a primeira Cadeira de Tupi e ao seu operoso regente, Plínio Airosa, devemos o surgimento de toda uma biblioteca com a inestimável publicação de velhos inéditos. Em meio a esse tesouro avultam as edições de dois manuscritos do dicionário jesuítico, o Vocabulário na Língua Brasílico, que constitui, com as velhas Artes, o verdadeiro alicerce dos novos estudos da língua tupi falada pelos indígenas.

Teodoro Sampaio não chegou a conhecer essa obra básica. Manuseou laboriosamente o Dicionário Português e Brasiliano, que reproduz o tupi deturpado dos mestiços do século XVIII, socorrendo-se, ora das Artes de Anchieta e Figueira, ora dos compêndios guarani e, não raro, do nheengatu moderno.

Se ele pudesse aperfeiçoar a sua obra com os recursos hoje ao nosso dispor, esta quarta edição apareceria completamente refundida em sua primeira parte e com numerosos retoques nas etimologias.

O tupi na geografia nacional - Página 28 - Thumb Visualização
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