O tupi na geografia nacional

termos tupi e guarani'; na segunda, de 'dois irritantes equívocos na fonética tupi'; na terceira, de 'algumas diferenças lexicológicas entre o tupi e o guarani'. Sua principal conclusão é a seguinte: 'A língua tupi, como entidade linguística, não se confunde com a guarani'. Apesar de prejudicar, às vezes, pela exaltação do tom polêmico o decoro próprio de qualquer obra científica, o autor apresentava valiosas observações e sugestões".

A respeito desta obra também teve oportunidade de manifestar sua opinião o prof. Aryon Dal'Igna Rodrigues, em carta dirigida ao autor.

Quanto ao segundo, sobre a Geografia dos Mitos Brasileiros, teve como objetivo desfazer certos conceitos errôneos omitidos pelo ilustre folclorista potiguara. Se bem que contundente e, por vezes, um tanto agressiva, a análise de Edelweiss teve apenas o intento de corrigir equívocos. Não lhe movia a intenção de menosprezar a importância do trabalho de um autor de indiscutíveis méritos, cujo nome é consagrado pela intelectualidade brasileira. Ao revés disso, constitui-se em uma das suas arrojadas incursões no campo da crítica, tão ao gosto do seu temperamento. Declarando, mesmo, que o animava, ao elaborar o estudo, o intento de colaborar na reforma de uma obra possível de tornar-se um livro clássico no gênero, caso fosse refundido, analisa-o minuciosamente, asseverando textualmente: "Confinarei, pois, as minhas observações a ponto de etnologia brasileira, da linguística tupi e, só incidentemente, transporei essa linha aos terrenos afins".

De referência ao artigo: "A pretensa invariabilidade dos gentílicos", de 1948, trata-se da defesa de justíssima posição assumida pelo autor em relação a assunto de tamanha relevância que não havia ainda merecido a consideração dos especialistas brasileiros.

Examinando a formação peculiar dos gentílicos e adjetivos em línguas cultas de variadas origens, Edelweiss demonstra, mais uma vez, sua erudição, ao fazer considerações sobre o que ocorre em vários idiomas. Aludindo, por exemplo, à língua alemã, declara: "Não oferece a facilidade da inglesa para a incorporação dos gentílicos estranhos, principalmente os oxítonos terminados em a, e, i, o, u, que nela são exóticos".

Somente um autor familiarizado com vários idiomas estrangeiros poderia multiplicar tantos exemplos quantos os existentes no estudo em consideração e com tamanha fluência. Eis o que diz sobre alguns autores franceses, adeptos da invariabilidade dos gentílicos, cuja posição se lhe afigura incompreensível: "Gramaticalmente, tais autores estão fora da lei e a sua fraqueza acomodática presta-se a uma série de comentários bem desalentadores pelo muito que, politicamente, se harmoniza com a época em que se processou".

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