NOTA INTRODUTÓRIA
1 - É difícil e complexa a tarefa a que lançamos mão. Difícil em vista da nossa insignificante preparação para abordar com suficiente clareza a apresentação e análise de um tema de história econômica e social. Complexa em função da organização escolhida: a Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão, criada em 1755 por esse gênio que foi Sebastião José de Carvalho e Melo, mais tarde Conde de Oeiras e Marquês de Pombal.
Por uma ou outra das razões - dificuldade e complexidade - seremos necessariamente objeto de críticas de uns tantos eruditos que, se lhes fosse possível, monopolizariam todos os estudos desta índole ou decretariam que só eles - e mais ninguém - poderiam efetuar pesquisas nos acervos documentais existentes em Portugal. Mas a verdade é que, em regra, esses eruditos, até hoje, não se decidiram a arregaçar as mangas para enfrentar a poeira dos arquivos e os complexos mecanismos da escrita daquela empresa. E, por isso mesmo, uma parte dos estudos dados à estampa tem sido baseada em documentação de segunda ordem, constituída por cópias, na sua maioria não datada nem assinada.
Em tais circunstâncias, aceitamos perfeitamente as críticas, os reparos, os simples comentários a este nosso estudo, venham eles de onde vierem, desde que devidamente fundamentados. Antes que outros o digam, somos os primeiros a reconhecer as nossas deficiências, a nossa impreparação, os nossos defeitos no enquadramento das matérias, isto é, da metodologia seguida. Assumimos inteira responsabilidade pelo que apresentamos, convictos de que, mesmo com todos os defeitos possíveis (e a obra de todo e qualquer homem é sempre passível de conter imperfeições), possui uma qualidade: partiu de nós mesmos, não nos sujeitamos a qualquer orientação estranha, nem copiamos de quem quer que seja. E mais: é o produto de um levantamento documental e estatístico, em fontes até aqui pouco (ou nada) estudadas, em cuja execução pusemos o maior interesse, dedicação e probidade. Sobretudo probidade