Brasil: a terra e o homem. A vida humana

VII - REGIÃO DE ECONOMIA AGROPASTORIL E FLORESTAL DO SUL

A região de economia agropastoril e florestal do Sul abrange as terras do planalto meridional situadas ao sul do paralelo 24° S; as da baixada litorânea do Paraná e Santa Catarina e as da Campanha gaúcha. Embora a indústria extrativa do carvão tenha relativo destaque na economia da região, são as atividades ligadas à pecuária, à exploração florestal e à agricultura as mais importantes. As atividades industriais ali existentes resultam do aproveitamento dos produtos da criação, da extração vegetal e da agricultura.

Condições naturais

Fisiograficamente, a porção sulina do planalto meridional não apresenta grandes contrastes com sua porção setentrional, incluída na região de economia industrial e agrícola do Sudeste. É um planalto suavemente ondulado, que termina bruscamente a leste e ao sul por escarpas alcantiladas. Estruturalmente, apresenta-se como um imenso edifício sedimentar intercalado por pujantes lajes diabásicas. São estas lajes as responsáveis pela extensa linha de escarpas que o contorna e pela sucessão de corredeiras e quedas de água existentes nos rios que o sulcam. Em função desse aspecto, aliás, e também dos seus regimes e da orientação geral da rede hidrográfica, os rios não oferecem condições favoráveis de navegabilidade. Por outro lado, oferecem um rico potencial hidrelétrico.

Situado na orla marginal da região tropical e apresentando altitudes superiores a 500m, esse trecho do planalto meridional goza de um clima subtropical com verões amenos e invernos bastante frios. As geadas são frequentes e a queda da neve não é fenômeno desconhecido. O volume anual das chuvas, regularmente distribuído durante o ano, é da ordem de 1.500 a 1.900mm. A região não sofre estiagens pronunciadas e, graças a isso, suporta uma cobertura vegetal relativamente densa.

Os domínios vegetais da região dividem-se entre as matas e os campos. As matas apresentam, fitofisionomicamente, dois tipos: a Mata de Araucária, com sub-bosque de árvores e arbustos latifoliados; e a mata mista, com pinheiros, cedros, palmeiras, etc. Os campos são formados por extensas superfícies desprovidas de árvores e atapetados por denso manto de vegetação rasteira de gramíneas. Apresentam características de estepe úmida e não formam uma superfície contínua, sendo retalhados por manchas de mata.

As regiões da baixada litorânea (regiões de Paranaguá, Vale do Itajaí e Araranguá) apresentam condições diferentes. São regiões baixas, assentadas sobre o rebordo fraturado do maciço cristalino, com clima quente e úmido e cobertas pela mata úmida subtropical. Nessas regiões, a agricultura, a pesca e a indústria extrativa do carvão representam os tipos de atividades econômicas mais importantes.

Além dos "aparados" ou "encosta da serra", formados pela escarpa do planalto meridional no Rio Grande do Sul, estende-se uma imensa superfície cuja feição dominante é dada pelos espaços amplos e abertos. Esses espaços formam a chamada Campanha gaúcha e são representados por uma extensa superfície suavemente ondulada, com altitudes que raramente ultrapassam 300m e coberta pela vegetação rasteira de gramíneas. As características climáticas são, grosso modo, as mesmas da zona do planalto. O verão, todavia, é mais rigoroso, devido às altitudes menores que apresenta. Embora

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